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PSOL decide se manter neutro no segundo turno presidencial
Filiados ao PSOL não poderão fazer campanha publicamente para nenhum dos
dois candidatos
"Seja Alckmin ou Lula, estaremos no campo de batalha" (Heloísa Helena)
Folha Online
em Brasília
O PSOL confirmou nesta terça-feira que vai se manter neutro, sem apoiar Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) nem Geraldo Alckmin (PSDB), no segundo turno das
eleições presidenciais.
Apesar da neutralidade, os filiados ao PSOL não poderão fazer campanha
publicamente para nenhum dos dois candidatos. "Na urna pode fazer o que quiser.
Publicamente, não poderão apoiar nenhum dos dois", disse a presidente do PSOL,
Heloísa Helena.
A senadora subiu hoje à tribuna do Senado para anunciar a neutralidade do
partido. Ela fez um apelo para que os coordenadores de campanha dos dois
candidatos não procurem a legenda em busca de apoio. "O PSOL tem posição
política. Não nos procurem oficialmente, digo isso ao Lula e ao Alckmin",
afirmou.
A senadora negou, no entanto, que o partido vá ficar "em cima do muro" ou "lavar
as mãos" no segundo turno. "Nós estamos no chão, não em cima do muro. Os dois
candidatos apresentam o mesmo projeto neoliberal. Não vamos rasgar 12 anos de
militância em dois dias", enfatizou.
Segundo a senadora, os eleitores do partido são livres para escolher que caminho
seguir no segundo turno. "Eu não sou vaqueira para liberar gado. Os eleitores do
PSOL são livres. Tão livres que foram capazes, apesar de todos os obstáculos, de
me escolher", disse.
Ela fez um apelo, em especial, para que petistas não procurem Plínio de Arruda
Sampaio, ex-membro do PT que disputou o governo de São Paulo pelo PSOL, em busca
de apoio. "Não adianta o ministro [Guido] Mantega ligar para o Plínio porque ele
é um homem de partido e vai contar isso depois", disse.
Homenagem
Depois de discursar, Heloísa foi saudada com discursos de despedida de pelo
menos dez senadores --a maioria da oposição-- que rasgaram elogios à conduta da
senadora e ao seu desempenho nas urnas. Emocionada, a candidata do PSOL
aproveitou para agradecer os 6,85% de votos que recebeu no último domingo.
Ela enfatizou que, com a eleição de Lula ou de Alckmin, o PSOL vai continuar a
luta política contra a corrupção. "Seja Alckmin ou Lula, estaremos no campo de
batalha", disse.