Latinoamérica
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Venezuela e Cuba
Laerte Braga
Rebelión
Qualquer chance de resistência na América Latina depende da vitória de Chávez
no referendo do dia 15 de agosto e da continuidade da revolução cubana. A visita
do presidente argentino Nestor Kirchner a Caracas e seu apoio implícito a Chávez
foi um ato de quem percebe isso. Lula sabe, mas tem ciúmes de Chávez. Acha que o
maior líder é ele, o único capaz de andar sobre as águas.
O brasileiro reclama que Chávez "gosta de aparecer" e com isso mostra que apenas
faz de conta que preside o Brasil. O País está em mãos de gente como Henrique
Meireles, norte- americano e controlador do Banco Central Brasileiro, além de
estar sob suspeita de sonegação de imposto de renda.
Lula não tem compreensão para além do churrasco e do futebol de domingo. Ou dos
discursos estapafúrdios que faz e vive se enrolando com gafes (quem fala muito
dá bom dia a cavalo, é um ditado popular).
Acredita, piamente, naquele conversa de David e Golias. Mas não consegue
enxergar que sua funda está rota, furada. Tem o furo Meireles, o maior de todos.
O furo Palocci. O furo Furlan. O furo Roberto Rodrigues. O furo Gushiken. O furo
Genoíno e o próprio furo Lula. Logo, a pedra que atira contra a fronte do
gigante atinge seu próprio pé.
José Maluf Serra, candidato a prefeito de São Paulo, um dos maiores engodos da
política brasileira, contratou um espião para gravar as conversas no Palácio do
Planalto, atrás de fofocas, para tentar minar a candidatura de Marta Favre à
Prefeitura de São Paulo.
Já Paulo Serra Maluf, ao tomar conhecimento das últimas pesquisas, que mostram
que tem chances, resolveu romper o acordo com a prefeita e partir para o ataque.
São Paulo pode ser ver vítima de um dilema no segundo turno: José Maluf Serra,
ou Paulo Serra Maluf. Sem falar no acordo da "socialista" Luísa Erundina com o
governo tucano de Geraldo Alckimim.
São conseqüências do desastre Lula. Deve ser por isso que o ministro José Dirceu
está indo para Cuba, de férias. Recarregar as baterias.
O governo brasileiro se mantém distante do que acontece na Venezuela. O
presidente não quer, no duro mesmo, dizem abertamente no Planalto, perder o
trono de maior líder latino-americano para o presidente Chávez. Já basta Fidel.
É o tamanho da visão de Lula: exposição na mídia. Adjetivos.
Há um consenso que Chávez vence e completa seu mandato. Fica difícil para os
norte-americanos continuar com a ação golpista, pelo menos abertamente como
agora, na eventual vitória do presidente. Daí a fraude ser o recurso. O que,
aliás, é costumeiro. A última foi a invenção sobre armas químicas e biológicas
no Iraque.
De imediato, a vitória de Chávez dificulta o processo de contínua ocupação da
Colômbia, mas não impede que paramilitares continuem a ingressar em território
venezuelano e tentando praticar atos de terror visando desestabilizar o governo
bolivariano.
Soma forças à revolução cubana, alvo principal de Bush e abre perspectivas para
o movimento popular em toda essa parte do mundo. Governos como os da Bolívia, do
Equador e do Peru não se sustentam se enfrentados pelo conjunto de organizações
desse movimento.
É por isso, entre outras muitas coisas, que Chávez é vital.
Ao contrário de tropas no Haiti, secundando e chancelando golpe dado pelo
governo terrorista de Washington, o eixo da resistência deixa de ser o
brasileiro. Já não é desde o primeiro momento, desde quando ficou qual Estácio
plantado no Jornal Nacional, no dia seguinte ao da sua eleição.
Chávez com a revolução bolivariana e a revolução cubana são os pilares de
sustentação da luta popular na América Latina. Lula é um blefe. Um grande blefe.
Nada mais que isso.
É por estar nu que o rei do Planalto finge que veste terno Armani e esperneia
por não ser mais a "esperança". Página virada. Fracasso absoluto.
Venezuela e Cuba são fundamentais para a luta popular. E até para resgatar o
Brasil, perdido no desvão sou mas quem não é, de Lula.